O profissional de RH e a evolução do comportamento humano na gestão das empresas
Em junho celebramos o dia dos profissionais de RH. Nos últimos tempos não houve área mais desafiada. Crescimentos exponencias, mudanças velozes, ambiguidades entre as necessidades objetivas das organizações e as subjetivas dos colaboradores. Enfim, a volatilidade potencializada pelo avanço tecnológico exigiu do RH grande versatilidade, num constante desafio de oxigenação e reinvenção.
Na verdade, essa é uma área que desde a sua primeira configuração, lá no início do século XX, não conseguiu estabilizar-se. Tenho para mim que assim deve ser mesmo. Para ter performance, o RH precisa acompanhar a evolução humana e considerando que estamos em constante transformação, inevitavelmente a área deve estar também.
Mas quem é o profissional dessa área tão dinâmica?
É claro que todas as profissões têm a sua importância, mas precisamos reconhecer que os RHs lidam diretamente com o bem mais valioso da organização, sendo cada vez mais o diferencial competitivo e estratégico que podem ter. E não estou falando apenas do capital intelectual, mas também do emocional. Sim, o capital emocional.
Muitas empresas já perceberam e reconheceram que por mais que as pessoas procurem racionalizar suas decisões, todas são movidas pelas emoções. Todas. E cada vez mais. Inclusive clientes, fornecedores e investidores.
Dessa forma, não é nada trivial descrever um profissional de RH. Eles são escalados para compreender as necessidades pragmáticas das organizações, conectá-las com as questões inerentes do humano e de forma efetiva implementar estratégias que impulsionem todos os funcionários da empresa, do c-level ao operacional, para a mais alta produtividade pessoal.
Aí é que está a complexidade da área, com alta carga de subjetividade o desafio é trazer efetividade para os processos de gestão de pessoas. Por mais que a análise de dados e as estatísticas ajudem a identificar tendências do humano, a falta da certeza sempre configurará nesse setor.
Então, costumo dizer que o profissional de RH é acima tudo dotado do impulso da coragem, para navegar os mares profundos e impermanentes do humano. Mas por outro lado, busca incessantemente desenvolver e aprimorar uma rede complementar de habilidades amplas que permitirá suportá-lo rumo a maior assertividade.
Algumas competências também são bens comuns aos times da área de RH, como empatia, resiliência, flexibilidade e não poderia deixar de destacar a comunicabilidade, já que no geral, os profissionais de RH precisam influenciar, vertical e horizontalmente, tendo ou não hierarquia, praticamente todos da organização.
Desafios iminentes
Uma questão ficou mais clara com a pandemia: se o progresso tecnológico é algo irrefutável, que seja para fazer o humano mais feliz. O mais impactante reflexo dessa inflexão foi o repensar o propósito humano.
Por consequência esse fato irá influenciar determinantemente a modelagem das organizações daqui para frente, exigindo ainda mais clareza dos seus “porquês”, “para quem” e até mesmo da sua reputação “além do business”.
Isso não muda o papel do RH, mas com certeza, em consonância com as mudanças, traz a necessidade de uma abordagem diferente, para mobilizar as questões humanas nas organizações com maior efetividade, entendendo também que as pessoas estão ávidas por respostas, enxergar caminhos e perspectivas.
Dessa forma, o principal desafio da área será trazer para frente das prioridades organizacionais as mudanças emergidas e antecipadas pela pandemia. E para que isso seja possível, precisará mais uma vez se reconfigurar agilmente, liderando e influenciando todos os líderes.
Celebremos muito essa data sim, mas principalmente vamos comemorar o protagonismo e relevância que esses profissionais estão ganhando e não só para dentro das organizações, pois já começamos a perceber que a sociedade como um todo começa a valorizar e reconhecer o impacto amplo e abrangente que os RHs são capazes de gerar.
Por Aline Sueth – Palestrante, mentora e diretora de Gente, Gestão e TI do Grupo Elfa
Fonte: Mundo RH